segunda-feira, 26 de março de 2012

NINGUÉM IRIA MESMO ACREDITAR!


    Três velhos amigos dos tempos do bairro da Liberdade batizaram seus filhos com o nome Maurício. O Adias, baterista do grupo musical Lunáticos com quem toquei, o dr. José Alexandre Glosser e o dr. José Rodolfo Guedes. Achavam que eu nasci com a bunda virada pra lua e foram unânimes entendendo que o nome traria sorte às crianças. Mas agiram dessa forma também para homenagear nossa sólida amizade. Hoje esses Maurícios estão com mais de 35 anos e sei que ostentam ótimas profissões.

    Meus amigos mais chegados de agora sabem que não sou um mauricinho, apesar do nome. Pelo menos no tocante a roupas de grife etc. Gosto de me vestir bem à vontade, com jeans e camisetas baratas e os vizinhos até tentaram fazer uma vaquinha para eu me trajar melhor.

    Dirigir carro então...detesto! Aliás sou péssimo no volante. Os outros motoristas no trânsito que o digam. Por essas e outras é que costumam me encontrar andando a pé por aí, ou mesmo de metrô, trajado como nos tempos do rancho em Mogi- Guaçú. Automóvel, só mesmo se necessário.

    Dia desses estava no centro velho da cidade de Santos e subi num ônibus para retornar à Praia do Gonzaga. Acomodei-me num assento na janela e era o cara pior trajado entre os passageiros. Tênis e bermuda surrados com uma camiseta de causar inveja ao livro “Os Miseráveis” de Vitor Hugo. Mesmo assim, um senhor de idade, bem falante, sentou-se ao meu lado e puxou um papo de imediato. Conversa vai, conversa vem, falei que era da capital, que eventualmente vinha no apartamento da minha mãe na praia. De repente o coletivo parou em frente à uma bela mansão, uma clínica médica com uma placa que chamava a atenção de todos os passageiros e transeuntes...

       “CLÍNICA MÉDICA DR. MAURÍCIO GUEDES”

    O velho ao meu lado comentou:
    Esse médico deve ser o tal. Olha só a placa e o movimento na clínica.
    No exato momento lembrei do sobrenome e arrisquei falar:
    - O senhor pode não acreditar, mas acho que o médico tem esse nome em minha homenagem.
    O velho, sem abrir a boca e sem mesmo se despedir, levantou-se e desceu do ônibus.

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