Quem se interessa por fatos estranhos? Apesar de brincar muito, estou escrevendo algo sério. Até sobrenatural. E aconteceu comigo. Tremenda coincidência? Até agora não sei.
Inverno de 2009- Noite de Autógrafos do meu livro Elvis. Mito e Realidade. Saí de manhã para levar uma aparelhagem de som até o local do evento e, em seguida, fui entregar uma velha impressora que decidira doar. Quando voltava em casa, o celular tocou:
- Maurício, obrigado pela doação. Mas só agora pude perceber que ficou faltando um diskete. A impressora não liga sem todos eles. E é justamente o número 1.Não está aí com você?
Pensei comigo:
- Foi quando descarreguei a aparelhagem!Acho que caiu no chão.
Não podia ser realmente outra coisa. No corre-corre, após dar uma parada rápida no meio-fio do movimentado trânsito da rua Augusta, vi caírem alguns pequenos objetos de dentro do carro junto à guia da calçada, inclusive óculos, caneta etc. Eu havia recolhido o que consegui achar na correria e zarpado com o carro antes que fosse multado. O diskete ficou no asfalto, com certeza. Procurei, revirei tudo dentro do carro. Inutilmente. Nada. E agora também nem adiantava voltar e procurar lá no local. O que me intrigava era que os dois disks restantes ficaram intactos dentro da sacolinha plástica, fechada, conforme a pessoa a quem doei confirmou. Por que apenas um deles caiu na rua se, no momento de entregar a impressora, eu tirara a sacolinha no mesmo lugar, encaixada no quebra-sol sobre o vidro interno do carro?
Bem, agora não adiantava lamentar. O pior era que embora funcionando, tratava-se de uma impressora ultrapassada. Estava com ela há 15 anos e seria praticamente impossível se conseguir outro diskete, e ainda por cima o tal número 1. Nem fabricavam mais.
Já era quase ½ noite. O evento do livro terminara, e as caixas de som eram levadas de volta para o carro estacionado no mesmo local fatídico - o trânsito era bem mais calmo nessa hora da noite.
De repente meu amigo pisou em algo ao lado da guia e ouvimos um pequeno estalo.
- Ei, pisei e quebrei alguma coisa aqui no chão!
Abaixou-se para pegar e exclamou:
- Vixe, é um diskete!
E era mesmo um diskette. De início pensei ser do meu teclado. MAS ERA DE UMA IMPRESSORA. E DA IMPRESSORA EM QUESTÃO. E, AINDA POR CIMA, O NÚMERO 1.
- Que sorte! É o diskete que perdi hoje cedo!, falei.
A alegria durou pouco. O disk estava inutilizado. Apesar de a parte plástica estar intacta, a parte metálica estava amassada. Ficara jogado ali durante várias horas do dia e da noite sob as rodas dos veículos. O coloquei no bolso e fui pra casa. Normal. Mas então não deu pra acreditar. Na manhã seguinte fui deixar o diskete numa gaveta, a mesma gaveta onde ficara guardada a sacolinha com os disketes. Ao abrir, dou de cara com a mesma sacolinha (?!?!) E ainda por cima com um diskete dentro (?!?!). E era o número 1(?!?!). E EU COM OS DOIS DISKETES NÚMERO 1 NAS MÃOS, BEM ANTIGOS, DA MESMA VELHA IMPRESSORA (?!?!). A diferença entre eles, além do metal amassado, era que este diskete estava com a etiqueta invertida. Liguei pra quem recebeu a doação, avisando que estava levando o diskete que faltava. Não entrei em detalhes. Chegando lá, qual não foi meu espanto ao ver que a sacolinha que havia deixado com a pessoa COINCIDIA EM TAMANHO, MODELO E COR COM A QUE AINDA ESTAVA NA MINHA GAVETA (?!?!).
Resumindo: a pessoa pegou o diskete, ligou a impressora e ficou contente. Tchau! Fiquei de boca mais fechada ainda. Havia feito minha parte. O caso poderia ter acabado por aí, pois contei isso a pouquíssimos amigos, inclusive porque a maioria iria pensar ser mais uma piada minha. Mas decidi publicar isso agora, juntando memórias e uma foto do diskete achado na rua. Ele está guardado aqui comigo. Como um talismã, um amuleto. Acredite quem quiser!
ENCERRANDO: FAZ DOIS ANOS QUE ACONTECEU TUDO ISSO. DESDE ENTÃO NUNCA MAIS FALEI COM A PESSOA QUE RECEBEU A DOAÇÃO. HOJE, QUANDO ESTAVA ESCREVENDO ESTE TEXTO, A MESMA PESSOA ME LIGOU:
- COMO VAI? SUMIU, HEIN? TÁ TUDO BEM? (?!?!)
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