sábado, 27 de agosto de 2011

HURT (mesmo). Nicolau e Morris Britt

Tudo começou quando gritei "Ai!" após ter machucado o dedo no piano (hurt). Nicolau emendou com "Hurt" de Elvis Presley. Apenas uma brincadeira. Ainda bem que a imagem está escura.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VIDA DE MÚSICO 5

    Meses antes do advento do programa Jovem Guarda da TV Record, eu era guitarrista dos The Mooners e fomos contratados pela toda poderosa Rádio Tupi. Seríamos o grupo efetivo do “Esquema Novo”, um programa musical dirigido pelo Atílio Riccó (depois um renomado diretor de novelas, hoje na Europa) e a ainda não atriz Débora Duarte. Era apresentado nas tardes das quartas e sexta-feiras.
    Bastou tocarmos o primeiro tema e o badalado radialista Hélio Ribeiro manifestou-se no ar:
     - “Estou deveras impressionado com esses meninos. Quero sugerir aqui no microfone para que nacionalizem, que traduzam o nome do grupo. Daqui por diante, por que não OS LUNÁTICOS ?”.
     Nas semanas seguintes, o programa passava também a ser transmitido diretamente das quadras esportivas de colégios da capital, reunindo grandes nomes da música jovem. Foi assim que consolidei a experiência em acompanhar astros e estrelas da música, como os irmãos Albert e Meire Pavão, Adilson Ramos, Vanderléia, Dick Danello, Erasmo Carlos e... Rosemary.
     Rosemary,...ahhhh... Rosemary, mais conhecida como a fada loura. Linda mesmo! Numa daquelas tardes na porta da Tupi, ali no Sumaré, cheguei para o programa dirigindo um reluzente fusquinha. Meu glorioso tio Asdrúbal emprestara o carro para minha mãe e eu estava no volante uma vez que havia acabado de receber minha CNH.  Eu estava no volante e no auge! Naqueles dias, um garotão dirigindo sentia-se o maioral. E para completar, a Rosemary, toda faceira, sugeriu que antes do programa eu desse uma volta de 10 minutinhos de carro com ela, para comemorarmos a CNH(?!). Imaginem só. Eu com uma loiraça de fazer português errar no troco na caixa de padaria.
     Foi só. Após aqueles programas da Radio Tupi nunca mais tive contato com a fada loura.
     Quase 30 anos depois, sou contratado como tecladista de um grupo que iria acompanhar a Rosemary no RioCentro. Não é preciso dizer que durante todo o vôo ao RJ, meus companheiros músicos fiacaram ouvindo minha velha estória fusquinha/Rosemary.
     - Consegui colocar um avião dentro de um fusca. Nem sei como a Rosemary vai reagir quando me ver. Vou relembrar o caso com ela e ...blá blá blá.
     Ao chegarmos em seu luxuoso apartamento no RJ, após um breve papo e apresentações antes dos ensaios, entrei com as lembranças:
     - Rose, você talvez não esteja me reconhecendo, mas lembra da Radio Tupi em SP?
     - Não muito, ela respondeu.
     Eu continuei:
     - O progama do Atilio com a Débora..., lembra?
     - Não.
     - É que..., bem,... eu era dos Lunáticos.
     - Quem?, ela retrucou.
     - Sim, a banda que acompanhava os artistas.
     E ela:
     - Engraçado, não me lembro nada disso.
     Nessa altura, meus companheiros músicos foram se afastando, tentando conter as risadas.
     Eu insisti:
     - Lembra? Eu cheguei num Volkswagen vermelhinho. Eu havia tirado minha carta de motorista e você pediu para darmos uma volta no quarteirão e...
    Ela interrompeu:
     - Realmente não lembro nada disso.
     Decidi parar por aí, com receio que ela esquecesse também que tinha um show comigo no dia seguinte.
     O que não parou foi a gozação dos meus amigos depois.

   
   

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VIDA DE MÚSICO 4


Eu sempre fui um músico instrumentista, dando do melhor nas notas para esse ou aquele cantor, cantora, ou outro solista, posição que muito me orgulho. Mas a maioria dos leigos e sua carência de informação, distração, falta de finesse ou até educação, não dá o devido valor ao importantíssimo papel dos músicos. A platéia não está nem aí com quem está acompanhando o cantor. Se os caras da banda são bons ou não. A vida mostra que os músicos sejam talvez um dos poucos profissionais que adquirem e mantém seu próprio uniforme e a ferramenta de trabalho, o sempre caro instrumento musical que leva todas as suas míseras economias.

    Se você atentar no meio da página 30 da última edição do meu livro “Elvis.Mito & Realidade” lerá o óbvio, ou seja, que a maioria das pessoas pensa que era o próprio Elvis Presley quem executava os magníficos solos de violão e ou piano, uma vez que ele vinha apoiado por mestres desses instrumentos, mas que muitas vezes ficavam escondidos, às escuras ou sem muita badalação.

    D.J.Fontana, o primeiro baterista de Elvis, esteve aqui em casa em São Paulo e nos contou da própria boca os que escrevo abaixo.

    No auge do estrelato nos anos 50, Elvis era acompanhado por um quarteto vocal, os Jordanaires, e por um trio instrumental, os Blue Moon Boys, com Scotty Moore na guitarra, Bill Black no grande contrabaixo acústico e D.J. na bateria. E os três músicos foram pra rua na única ocasião em que reivindicaram um aumento no cachê. Não era grande o talento musical do contrabaixista Bill Black, mas sua presença de palco compensava. Ao contrário do introvertido guitarrista Scotty Moore, Bill Black dançava, cantava, gritava, sentava no grande instrumento como se estivesse cavalgando, o que muito contribuiu para a desenvoltura de Elvis Presley no início de sua carreira.  Quantas não foram as vezes, no início de tudo, em que o contrabaixista se via na obrigação de animar o show, quando a figura e trejeitos inusitados de Elvis Presley não eram aceitos por algumas platéias. A técnica de slap de Bill Black no baixo acústico, sua pegada, é lendária, e muitos ainda hoje tentam imitá-lo, além do seu senso de humor, divertindo a todos nas viagens e gravações.

    O Coronel Parker, o emblemático e eterno empresário de Elvis, certa vez ordenou para que o contrabaixista não fosse tão aparecido no palco:

    - Menos, Bill, menos. O artista é Elvis!

    Bill Black já se aborrecera antes com o Coronel, quando soube que o empresário gargalhava repetindo sempre piadas de contrabaixistas:

    - Sabe qual é a diferença entre um contrabaixo e um caixão? No caixão o defunto fica do lado de dentro! Ah Ah Ah Ah!

    - Sabe quantos contrabaixistas são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum. Porque o pianista pode fazê-lo com sua mão esquerda (que faz a linha grave no piano)! Ah Ah Ah Ah!

       Nunca deixe de valorizar o instrumentista atrás do cantor. Apesar de o holofote não estar dirigido a ele, o violonista, tecladista, pianista, vocal de apoio, baixo, bateria, a orquestra enfim, todos sustentam verdadeiramente o show, muitas vezes cobrindo erros e falhas daquele que você julga ser o único que leva o espetáculo. Sabemos que no ser humano existe uma herança genética de animais primitivos: as galinhas entusiasmadas com o másculo canto do galo anunciando a alvorada ou a pavoa hipnotizada pelo orgulhoso pavão exibindo sua cauda extravagante, digna de um Clovis Bornay no Copacabana Palace nos folguedos de Momo. Mas acredite nas minhas palavras porque, embora eu particularmente não necessite de elogios ou outros bla-bla-blas, pois estou há anos ali sobre o palco no apoio aos gorgeadores, sempre existirão jovens músicos que merecerão tanto quanto o bonitão na frente que está segurando o microfone.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Eu sei sobre aviões!!

     Subindo a bordo de um A-320 da TAM com destino a São Paulo, qual não foi minha agradável surpresa vendo que a aeronave estava quase que vazia. Nunca gostei de viajar lá atrás no avião, mas meu assento marcado era nos fundos. Uma turbulência mediana e constante durante o vôo, fêz com que eu procurasse um lugar bem no meio, sobre as asas, onde a trepidação costuma ser menor. Tinha um cara olhando pela janela, sentei-me na poltrona ao lado e coloquei meu MP3 nos ouvidos. Alguns minutos depois, tirei o fone e o cara disse que eu cantarolava alto a célebre Valsa dos Bosques de Viena de Strauss.
    - Essa mesmo, respondi. – Só que estou escutando com o Elvis Presley.
    - Elvis gravou isso?, ele perguntou, incrédulo.
    Foi a deixa para eu esbanjar o que sabia de cor.
    - É isso, o Elvis gravou como Tonight's All Right for Love para o filme Saudades de um Pracinha. E ele contracenou com a exuberante dançarina Juliet Prowse, que na época era namorada do Frank Sinatra e blá blá blá...
     - Como você sabe tudo isso?
     - Escrevi um livro sobre Elvis Presley e blá bla blá...
     Devo ter falado sobre mim um bom tempo, até que sossegamos e o cara ficou olhando a asa do avião pela janela.
     - Você sabe que as asas de um avião tremulam assim porque são construídas para isso. - falei para acalmá-lo.
    - É mesmo. Que interessante.  - êle respondeu.
    Segundos depois, chega a aeromoça e se dirige ao cara:
    - Sr. Comandante, aqui está seu chá.
    E eu:
    Você é comandante de avião?
    Sim. Estou nesse vôo para checar a tripulação mas como tá tudo em ordem, saí da cabine e vim sentar aqui que é mais confortável e blá blá blá blá


   


   

   

                                                  




domingo, 7 de agosto de 2011

Depois que Elvis Presley gravou “It´s Now or Never” ("O Sole Mio") e “Surrender” ("Torna a Sorrento") no início dos anos 1960, ninguém mais estranhou a inclusão da latiníssima "La Paloma", agora como "No More" no filme Blue Hawaii ("Feitiço Havaiano"). Composta por um espanhol, em Cuba em 1983, "La Paloma" ainda é uma das mais populares músicas já reinterpretada em diversas culturas, lugares, arranjos e gravações. Inicialmente popularizou-se no México como a favorita do Imperador Maximiliano, de onde se espalhou pelo mundo.  Além do México, ganhou um status de quase um folclore na Espanha, Havaí, Alemanha, Romania e Zanzibar. Mas com Elvis, quem diria, boleros no Havaí! Hollywood continuava imaginando ritmos caribenhos até na Sibéria, bastava lembrar Carmen Miranda e seus ingredientes da América Central e que a capital do Brasil era Buenos Aires.

sábado, 6 de agosto de 2011

Cotidiano

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Coincidência 2

Mais uma coincidência:
Todos sabem que aprecio mais King Creole entre a maioria dos filmes do Elvis. Mas também gosto de alguns, e entre eles Frankie & Johnny, o último que vi
ainda nos cinemas nos anos 60, antes dos documentários nos anos 70 e 80. Dando uma passada pela história do rio Mississippi na internet, onde se desenrola o enredo de Frankie & Johnny, veja o que leio:
'Frankie and Johnny' com ...Elvis foi uma refilmagem de um antigo de 1936, que estrelava a atriz Helen Morgan no papel de Frankie, uma cantora num cassino da cidade de St. Louis e o ator Chester MORRIS como Johnny, o viciado em jogo. A história de Frankie e Johnny é uma mistura de verdade e ficção. Em 1899 em St. Louis, no Estado do Missouri, uma tal Frankie Baker atirou no seu namorado Al 'Johnny' BRITT ao flagrá-lo num bar com outra mulher.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MUITA COINCIDÊNCIA !!

Quem se interessa por fatos estranhos? Apesar de brincar muito, estou escrevendo algo sério. Até sobrenatural. E aconteceu comigo. Tremenda coincidência? Até agora não sei.

Inverno de 2009- Noite de Autógrafos do meu livro Elvis. Mito e Realidade. Saí de manhã para levar uma aparelhagem de som até o local do evento e, em seguida, fui entregar uma velha impressora que decidira doar. Quando voltava em casa, o celular tocou:

   - Maurício, obrigado pela doação. Mas só agora pude perceber que ficou faltando um diskete. A impressora não liga sem todos eles. E é justamente o número 1.Não está aí com você?

    Pensei comigo:

    - Foi quando descarreguei a aparelhagem!Acho que caiu no chão.

    Não podia ser realmente outra coisa. No corre-corre, após dar uma parada rápida no meio-fio do movimentado trânsito da rua Augusta, vi caírem alguns pequenos objetos de dentro do carro junto à guia da calçada, inclusive óculos, caneta etc. Eu havia recolhido o que consegui achar na correria e zarpado com o carro antes que fosse multado. O diskete ficou no asfalto, com certeza. Procurei, revirei tudo dentro do carro. Inutilmente. Nada. E agora também nem adiantava voltar e procurar lá no local. O que me intrigava era que os dois disks restantes ficaram intactos dentro da sacolinha plástica, fechada, conforme a pessoa a quem doei confirmou. Por que apenas um deles caiu na rua se, no momento de entregar a impressora, eu tirara a sacolinha no mesmo lugar, encaixada no quebra-sol sobre o vidro interno do carro?

    Bem, agora não adiantava lamentar. O pior era que embora funcionando, tratava-se de uma impressora ultrapassada. Estava com ela há 15 anos e seria praticamente impossível se conseguir outro diskete, e ainda por cima o tal número 1. Nem fabricavam mais.

                          

                              Já era quase ½ noite. O evento do livro terminara, e as caixas de som eram levadas de volta para o carro estacionado no mesmo local fatídico - o trânsito era bem mais calmo nessa hora da noite.

    De repente meu amigo pisou em algo ao lado da guia e ouvimos um pequeno estalo.

    - Ei, pisei e quebrei alguma coisa aqui no chão!

    Abaixou-se para pegar e exclamou:

    - Vixe, é um diskete!

    E era mesmo um diskette. De início pensei ser do meu teclado. MAS ERA DE UMA IMPRESSORA. E DA IMPRESSORA EM QUESTÃO. E, AINDA POR CIMA, O NÚMERO 1.   

    - Que sorte! É o diskete que perdi hoje cedo!, falei.

    A alegria durou pouco. O disk estava inutilizado. Apesar de a parte plástica estar intacta, a parte metálica estava amassada. Ficara jogado ali durante várias horas do dia e da noite sob as rodas dos veículos. O coloquei no bolso e fui pra casa. Normal. Mas então não deu pra acreditar. Na manhã seguinte fui deixar o diskete numa gaveta, a mesma gaveta onde ficara guardada a sacolinha com os disketes. Ao abrir, dou de cara com a mesma sacolinha (?!?!) E ainda por cima com um diskete dentro (?!?!). E era o número 1(?!?!). E EU COM OS DOIS DISKETES NÚMERO 1 NAS MÃOS, BEM ANTIGOS, DA MESMA VELHA IMPRESSORA (?!?!). A diferença entre eles, além do metal amassado, era que este diskete estava com a etiqueta invertida. Liguei pra quem recebeu a doação, avisando que estava levando o diskete que faltava. Não entrei em detalhes. Chegando lá, qual não foi meu espanto ao ver que a sacolinha que havia deixado com a pessoa COINCIDIA EM TAMANHO, MODELO E COR COM A QUE AINDA ESTAVA NA MINHA GAVETA (?!?!).

    Resumindo: a pessoa pegou o diskete, ligou a impressora e ficou contente. Tchau! Fiquei de boca mais fechada ainda. Havia feito minha parte. O caso poderia ter acabado por aí, pois contei isso a pouquíssimos amigos, inclusive porque a maioria iria pensar ser mais uma piada minha. Mas decidi publicar isso agora, juntando memórias e uma foto do diskete achado na rua. Ele está guardado aqui comigo. Como um talismã, um amuleto. Acredite quem quiser!

ENCERRANDO: FAZ DOIS ANOS QUE ACONTECEU TUDO ISSO. DESDE ENTÃO NUNCA MAIS FALEI COM A PESSOA QUE RECEBEU A DOAÇÃO. HOJE, QUANDO ESTAVA ESCREVENDO ESTE TEXTO, A MESMA PESSOA ME LIGOU:
- COMO VAI? SUMIU, HEIN? TÁ TUDO BEM? (?!?!)